Bem, casas de banho. Acho que devo começar por dizer que concordo plenamente com o post da Mia. Acho que tudo o que ela disse é bem verdade, por mais cómico que seja, e penso que todas as mulheres (admitindo ou não) podem verificá-lo.
Pus-me então a pensar em casas de banho. Não na minha, não na casa de banho minúscula do apartamento do Sérgio que tinha uma toalha na borda do lavatório, não na casa de banho da Bia na Ericeira cujo chão eu encharquei (e limpei com o meu pobre pijama às florzinhas), mas sim em casas de banho no geral.
De onde vêm? Quem as fez? Como terá sido a primeira casa de banho? Como é que vocês acham que era?
Acho que os primórdios de uma casa de banho oficial serão as latrinas romanas em que se sentavam todos a esvaziar os intestinos numa salinha enquanto conversavam alegremente. Passava um riacho debaixo dos assentos de pedra fria, onde se sentavam a fazer o seu dever biológico, e os cidadãos romanos iriam passando entre si uma pequena esponja com que limpavam o orifício traseiro. Lavavam a esponja e passavam ao companheiro do lado.
Ora, acho que podemos todos concordar que a casa-de-banho foi, portanto, criada não só para ser um lugar para onde fugir nas emergências em que o tubo de escape está bloqueado; desde o princípio que a casa-de-banho é um local de convívio onde se trocam informações e se reforçam relações.
Acho que todas nós raparigas podemos concordar que isto é uma tradição que continuou até aos dias de hoje (não posso falar pelos rapazes, mas aposto que também há cavaqueira na parede dos urinóis!).
Não sou daquelas pessoas que tem, obrigatoriamente, de ir à casa-de-banho muitas vezes ao dia. Faço uma ou duas vezes sem ser quando acordo e vou para a cama e pronto, estou óptima. Muitas vezes, no entanto, sinto-me na necessidade de visitar este popular estabelecimento, por várias razões:
1- Retocar o lápis nos olhos, que muitas vezes fica todo borrado por eu me estar sempre a coçar.
2- Pentear-me, porque o meu cabelo está sempre fora de sítio - acho que já nem sítio tem.
3- Endireitar as meias/roupa interior/puxar calças para cima; enfim, ajeitar a roupa que ninguém vê que está mal.
4- Tirar uma camisola que tenha a mais e que me esteja a fazer demasiado calor para valer a pena (ex: camisola interior no Colombo)
5- Ter de fazer perguntas embaraçosas ou privadas a alguém que sei que me vai responder mas não à frente do resto do grupo
6- Acompanhar alguém que tem de ir fazer alguma das coisas acima descritas ou simplesmente satisfazer a necessidade biológica básica.
A minha casa de banho tem espelhos no tecto; não é muito privativa nem muito confortável. O chão é de azulejo e só consigo lá entrar de meias ou então saltando directamente para o tapete (que nem é bem um tapete, é uma esteira). Tem sempre pelo menos dois terços dos candeeiros com lâmpadas fundidas e tenho de me maquilhar com a cara de lado para ver o que estou a fazer. A bancada é demasiado pequena para a quantidade ridícula de perfumes, cremes para o cabelo, apetrechos para o secador, cremes e espumas que não uso, tralhas que nem sei como se chamam, etc etc que tenho lá em cima. Quando vou fechar a torneira entra-me sempre um rio de água para dentro da manga do pijama e cada vez que pego no esticador de cabelo o cabo ganha vida e derruba metade dos cremes/perfumes/apetrechos/tralha sem nome e atira-os para o meio do chão. Algumas rebolam para debaixo do armário que, devo dizer, não fecha a não ser que lhe dê um pontapé enorme e acorde o resto da casa. A sanita é fria e tem um quadro com uma senhora duquesa na parede atrás; quando olho para cima, para o espelho no tecto, vejo-me lá sentada com uma mulher toda suspeita a olhar também. É assustador e não gosto, mas não havia sítio na casa para ela, e ninguém queria mandar a senhora para o lixo. E isto sem falar sequer no facto que eu não tenho água quente na minha casa de banho. Não, nem água morna - apenas água do mais frio que há.
Gosto de casas-de-banho. São coisas giras de decorar. Podem ser minimalistas, tradicionais, pretas com vidro e espelhos, azuis e brancas (como a minha), cor-de-rosa, à velhinho (com toalhas bordadas e azulejos de cores feias), etc etc. Mas por mais que me queixe da minha casa-de-banho, gosto muito dela - afinal, é grande e é toda para mim, o que mais posso pedir?
Pus-me então a pensar em casas de banho. Não na minha, não na casa de banho minúscula do apartamento do Sérgio que tinha uma toalha na borda do lavatório, não na casa de banho da Bia na Ericeira cujo chão eu encharquei (e limpei com o meu pobre pijama às florzinhas), mas sim em casas de banho no geral.
De onde vêm? Quem as fez? Como terá sido a primeira casa de banho? Como é que vocês acham que era?
Acho que os primórdios de uma casa de banho oficial serão as latrinas romanas em que se sentavam todos a esvaziar os intestinos numa salinha enquanto conversavam alegremente. Passava um riacho debaixo dos assentos de pedra fria, onde se sentavam a fazer o seu dever biológico, e os cidadãos romanos iriam passando entre si uma pequena esponja com que limpavam o orifício traseiro. Lavavam a esponja e passavam ao companheiro do lado.
Ora, acho que podemos todos concordar que a casa-de-banho foi, portanto, criada não só para ser um lugar para onde fugir nas emergências em que o tubo de escape está bloqueado; desde o princípio que a casa-de-banho é um local de convívio onde se trocam informações e se reforçam relações.
Acho que todas nós raparigas podemos concordar que isto é uma tradição que continuou até aos dias de hoje (não posso falar pelos rapazes, mas aposto que também há cavaqueira na parede dos urinóis!).
Não sou daquelas pessoas que tem, obrigatoriamente, de ir à casa-de-banho muitas vezes ao dia. Faço uma ou duas vezes sem ser quando acordo e vou para a cama e pronto, estou óptima. Muitas vezes, no entanto, sinto-me na necessidade de visitar este popular estabelecimento, por várias razões:
1- Retocar o lápis nos olhos, que muitas vezes fica todo borrado por eu me estar sempre a coçar.
2- Pentear-me, porque o meu cabelo está sempre fora de sítio - acho que já nem sítio tem.
3- Endireitar as meias/roupa interior/puxar calças para cima; enfim, ajeitar a roupa que ninguém vê que está mal.
4- Tirar uma camisola que tenha a mais e que me esteja a fazer demasiado calor para valer a pena (ex: camisola interior no Colombo)
5- Ter de fazer perguntas embaraçosas ou privadas a alguém que sei que me vai responder mas não à frente do resto do grupo
6- Acompanhar alguém que tem de ir fazer alguma das coisas acima descritas ou simplesmente satisfazer a necessidade biológica básica.
A minha casa de banho tem espelhos no tecto; não é muito privativa nem muito confortável. O chão é de azulejo e só consigo lá entrar de meias ou então saltando directamente para o tapete (que nem é bem um tapete, é uma esteira). Tem sempre pelo menos dois terços dos candeeiros com lâmpadas fundidas e tenho de me maquilhar com a cara de lado para ver o que estou a fazer. A bancada é demasiado pequena para a quantidade ridícula de perfumes, cremes para o cabelo, apetrechos para o secador, cremes e espumas que não uso, tralhas que nem sei como se chamam, etc etc que tenho lá em cima. Quando vou fechar a torneira entra-me sempre um rio de água para dentro da manga do pijama e cada vez que pego no esticador de cabelo o cabo ganha vida e derruba metade dos cremes/perfumes/apetrechos/tralha sem nome e atira-os para o meio do chão. Algumas rebolam para debaixo do armário que, devo dizer, não fecha a não ser que lhe dê um pontapé enorme e acorde o resto da casa. A sanita é fria e tem um quadro com uma senhora duquesa na parede atrás; quando olho para cima, para o espelho no tecto, vejo-me lá sentada com uma mulher toda suspeita a olhar também. É assustador e não gosto, mas não havia sítio na casa para ela, e ninguém queria mandar a senhora para o lixo. E isto sem falar sequer no facto que eu não tenho água quente na minha casa de banho. Não, nem água morna - apenas água do mais frio que há.
Gosto de casas-de-banho. São coisas giras de decorar. Podem ser minimalistas, tradicionais, pretas com vidro e espelhos, azuis e brancas (como a minha), cor-de-rosa, à velhinho (com toalhas bordadas e azulejos de cores feias), etc etc. Mas por mais que me queixe da minha casa-de-banho, gosto muito dela - afinal, é grande e é toda para mim, o que mais posso pedir?
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